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Treinamento de incororação: 100%
Um silvo rápido cortava silêncio enquanto um chute cortava o ar. Era lateral, o chute, vinha depois de uma pequena corrida e era executado pela dupla composta entre Shaman e Espírito Guardião, Makkiu e Diarmuid, vendados. Em um salto lateral mais rápido, um velho de chapéu e com uma chave pendurada no pescoço, escapava do golpe.
Ainda no ar Makkiu avançava sua mão contra o pescoço do velho, na direção da chave que o livraria daquela venda, mas antes de alcançar, era alcançado pela mão daquele homem que puxava-lhe pelo braço direito e o fazia descrever uma circunferência no ar até fincar o braço esquerdo no chão e deter o giro. Quando os pés do Shaman tocavam o chão, um impulso o lançava para longe de seu oponenete e libertava-lhe o braço direito.
- Seu progresso está ótimo, levando em consideração que você está nisto há quatro semanas. Falava o velho sem ter nem mesmo uma gota de suor derramada.
Basta por hoje.Makkiu estava suado e ofegante. Fosse física ou mentalmente, o desgaste a que estava a se expor era muito intenso e se prolongava há exatos vinte e oito dias. Tudo começara no dia seguinte ao primeiro treinamento com Diarmuid. Apesar do aquecimento antes do treino no dia anterior, seus braços estavam enrijecidos, suas costas em cãimbras e suas pernas ainda latejavam das pelo menos duas horas que passara em pé.
Já esperava que a diferença de habilidade entre ele e Diarmuid o levasse a efeitos colaterais, mas aquilo estava além do que imaginava. A Shaman Fight nem sequer tinha começado, Makkiu nem sequer havia lutado, mas estava praticamente incapaz de se mover. Precisava treinar para superar isso, precisava habiturar seu corpo à tensão que as técnicas do Fiana Eirin lhe colocariam e precisava ser capaz de usá-las com a mesma propriedade que seu criador.
Não havia opção senão ampliar sua capacidade física e seu sincronismo com o espírito guardião ao máximo. E foi com essa ideia que fizera o terrível esforço de, fadigado muscularmente, levantar da cama e ligar para um velho conhecido. Ua Duibne perguntava do que se tratava e Makkiu respondia que seria complicado explicar por nem ele saber todos os detalhes, que deveriam esperar e que o faria dormindo. Assim foi até o dia seguinte quando a campainha tocou.
- Há quanto tempo, Reagan! Há quanto tempo tinha dito aquela frase? Não parava de se perguntar ao ver aquele senhor grisalho, de cabelos crespos, olhos castanhos e uma combinação entre chapéu e camisa floorida que o deunciava mais como turista.
Boas vindas![Apenas Administradores podem visualizar imagens]- Muito tempo mesmo, garoto! Dizia abraçando o de certa forma desconfortável, Makkiu.
É uma honra conhecer um honrado herói do ciclo Feniano.O velho soltava aquele que parecia seu neto e fazia meia reverência a Diarmuid que demonstrava certa surpresa em relação ao fato de ser visto, mas antes que pudesse falar algo, o barulho do motorista do táxi repousando as malas frente à porta o calava.
- Não, não, meu jovem. Falava ao motorista.
Estamos aqui apenas para pegar esse meu aluno. O destino é ele que define.Dito isso, Raegan voltava para o carro seguido de Makkiu e do mototista que carregava sua bagagem de volta à mala. Naquele instante Ua Duibne entendeu que seguiriam para a floresta em que havia treinado e que de alguma forma, seria aquele velho o treinador deles.
Ficara em silêncio, o Fianna Eirin, como seu protegido instruíra fazer ao saírem com pessoas comuns. Algum tempo depois estava na floresta em que ele e Makkiu haviam treinado. Alguma caminhada depois estavam em uma área totalmente diferente daquela floresta em que haviam estado.
- Se bem o conheço, pretendes começar a te desculpar por não ter me explicado a cituação antes e por ter feito este senhor vir até cá. Falava Diarmuid rompendo o silêncio.
É igualmente uma honara conhecê-lo, senhor Reagan.- Disseste tudo, Sir. Concordava o velho com Diarmuid.
Atreve-te a nos contradizer agora, Campbell.- Francamente, por que os Fianna e os Druida tinham que ser tão parecidos em pensamento? Falava como que reclamando da aliança que seus dois amigos fizeram. Rapidamente notava a curiosidade no rosto do lanceiro.
Glendalough, onde nasci, é um lugar cheio de lendas e misticismo, ou seja, empanturrado de Druidas. Graças ao meu talento espiritual e interesse em magia acabei treinando com eles, em especial com um que tão fascinado pelo oriente quanto eu, pesquisou a fundo os rituais orientais e várias formas de luta.- Este seria eu. Pronunciava-se Reagen apontando para si mesmo com um sorriso gentil e os olhos fechados. Lembrava mesmo a figura frágil de um avô.
E cá estou para maximizar o sincronismo entre vocês.- Séculos depois da sua era, descobriu-se que como mecanismo de auto proteção, o corpo humano tem sua capacidade física limitada a um quinto do máximo, exceto em situações extremas. Adiantava-se Makkiu às perguntas de Ua Duibne.
O que Reagan vai fazer é ministrar um treinamento de arte marcial em que memorizei essa situação extrema e passarei a usar toda a minha capacidade física.- Não vamos perder tempo. Coloque isso. Entregava para Makkiu uma venda que na frente tinha uma placa de ferro e atrás era lacrada por uma chave.
A forma mais comum sob a qual o corpo usa toda sua capacidade é o reflexo e para forçar o corpo a um estado em que o reflexo seja certo, isto ajudará a criar um estado de alerta.- Entendo, sem a visão os demais sentindos se ampliarão. p Falava Diarmuis enquanto Makkiu terminava de colocar a venda.
As reações se ampliarão.- Farei esse treino com o Hyoui Gattai continuamente ativado, assim não apenas o sincronismo físico, mas também mental será ampliado ao máximo. Falava o Shaman estendndo a mão direita.
Diarmuid, forma de bola de fogo.- O normal seria começar com o básico, mas levando em conta a experiência de Fianna Eirin, estou certo que poderão acompanhar meus movimentos. Dizia com um olhar sério ao ver que Shaman e espírito guardião já estavam em Hyou Gattai.
Vamos simplesmente ignorar a base: a chave que abre a venda está pendurada no meu pescoço, peguem-na!Quatro semanas depois, todos os dias naquela floresta se resumiram, com exceção das refeições e horas de sono, a tentativas de tirar a chave de Reagan. Graças a junção do que Makkiu e Diarmuid tinham memorizado do lugar, era excepcionalmente fácil se mover na floresta, sentir a presença do oponente, atacá-lo, mas o velho era versado em tantas artes de combate que respondia mais que a altura.
Na vigésima nona noite, após ser dispensado por Reagan e receber dele o prato do jantar, o Shaman cuidara em dormir logo. Não parava de contar quantas vezes tinha simplesmente pensado em desistir, por mais que quisesse não parava. Aquilo o aborrecia ao ponto de querer dormir. Logo após o treinamento do primeiro dia, Makkiu combinara com Diarmuid que o Fiana deveria manter o corpo imóvel enquanto dormia, mas deveria ele enquanto espírito guardião se manter acordado para manter o Gattai Hyoui e assim fora até aquela noite.
Para a surpresa do Shaman ele se via sonhando. Sonhando com um homem morto, de estômago perfurado e sangue escorrendo pela boca. O rosto com a familiar mancha sob o olho esquerdo empalidecia, sonhava com a morte de Diarmuid e com lampejos daqueles que o herói havia enfrentado por sua amada. Makkiu acordava silencioso, imóvel e com a certeza que depois de quase um mês incorporado initerruptamente, o espírito guardião recomeçava a sentir sensações básicas como sono, que ele conseguia compartilhar as lembranças do amigo, que Hyoui Gattai estava mais forte que nunca.
O Hyoui Gattai estava mais forte que nunca e a razão por trás dele também. Desperto, Makkiu lembrava das férias em que conhecera Diarmuid. O cavaleiro estava deitado em uma floresta, próximo a um castelo em Kerry. Apático, sem demonstrar emoção. Deveria ter sido consumido pela culpa quando Fiann não o salvara, deveria ter sentido-se como o ladrão da esposa de seu líder e não deve ter se perdoado por ter sido conquistado por uma mulher que simplesmente não podia e mesmo que pudesse não quereria culpar. Makkiu levara as férias interias até conseguir apelar ao juramento dos Fianna Eirin e relembrar ao lanceiro como falar e se mover.
- Vamos, Diarmui. Dizia lembrando do que prometera a Ua Duibne naquele dia, que o ajudaria a seguir em frente porque também queria ser capaz disso, porque também conhecia a solidão e era egoísta demais para compartilhar seu conhecimento.
Esse treinamento acaba hoje.Seguindo, como de costume no último mês, o cheiro da comida, Makkiu aproximava-se de Reagan que assumia postura de combate no instante em que o Shaman negava à refeição balançando a cabeça. Um segundo depois, tomado pela determinação de cumprir sua promessa, avançava.
Corria a toda velocidade em direção ao velho e enquanto saltava, fazia um movimento de estocada com o braço direito. O Druida defendia com os antebraços cruzados e tomava com a mão esquerda o braço deireito de Makkiu que reagia estocando agora com a mão esquerda, rapidamente imobilizada pelo braço direito de Reagen.
Quantas vezes aquilo se repetira? Braços cruzados e imobilizados, a única escapatória era usar a diferença de altura para desequilibrar o velho em um salto e se soltar, mas não daquela vez. Repleto de sua determinação, Makkiu avançava deslocando os próprios ombros e acertava com a placa de ferro da venda, a testa de Reagan, e tomava a chave quando o velho caía.
- Parabéns, você encontrou seu caminho na escuridão. Dizia o velho começando a curar sua testa ferida.
Trinta dias, bem dentro do prazo do meu passaporte.- Você é um Druida de alto nível, versado nas mais variadas artes e sabedorias e me vem para outro país sem renovar o passaporte! Seus braços tremiam deslocados. A dor que os movimentos de usar a chave causavam o fazia suar.
Vamos voltar logo, seu ciranção.Depois de curar os braços de Makkiu, que pela primeira vez desde o início do treino via a luz e desfazia Hyoui Gattai, Reagan removia as barreiras que havia colocado ao redor da floresta e seguia com o Shaman para o aeroporto. Lá entregava um pequeno embrulho ao se despedir do Shaman, agora com capacidade a 100%.